quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ela deitou-se, ainda com os pés cheios de areia, quem sabe para sentir por instantes a sensação de liberdade, que quase raramente era-lhe imposta. Mas outra sensação a incomodava, na boca, descendo e subindo dentro do corpo mau tratado, por momentos ficou indagando se o que sentira era reciproco e até mesmo real. Era aquilo que não parava de latejar no seu líquido interior, ela nunca quis tanto algo que ainda não sabia o que era. O maldito destino tratou de esconder o seu mapa, se é que havia um. E antes de tudo, aquele gosto na boca não saia, de vômito oco.

domingo, 7 de novembro de 2010

O poço secou, de tanto pingar ao contrário todas as noites, as quentes e as frias. Nenhum dos sinais sobre o poço foram entendidos, ele estava secando... É tarde demais agora, pois na segunda tentativa havia como preencher , mas não haverá terceira, porque não há matéria. E como dói a dor que só o coração do poço sente, como dói a dor do que o preenchia. Como dói, e ainda vai doer essa matéria aquosa que poucos conhecem e que queria trancar só para mim.

sábado, 6 de novembro de 2010

- tão bem de estar ali no meio, fazer parte dessa correria, dessa cidade..
- as vezes parece que mais ninguém existe, que é só você e aquilo
- exato, e tem coisas que não dá pra explicar, você apenas.. sente.
-é, daí você fica com um sorriso no canto da boca, que não precisa acontecer, porque na verdade o sorriso tá explodindo por dentro
- tu é boa de palavras, depois diz que não sabe se expressar.
-é que as vezes tem coisa que nem palavra explica...