quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Você, sou eu.

Aquela coisa de querer, um vazio, porque os dias estão tão vazios, que você pode passar horas jogando bubble town no celular sem vencer, e pode até amanhecer, você ainda não estará cansada, e a busca incontrolável de uma ocupação é apenas pra tirar da memória o fato de que você  nunca fui tão sozinha como é agora, e que no fundo, isso causa uma estranha tristeza, um sentimento tão oco,  tudo está se fechando cada vez mais, e você não ver a hora de poder ficar sozinha, porque que droga de lugar é esse? Onde você se esconde para poder derramar uma lágrima, e não consegue olhar nos olhos das pessoas pois simplesmente não quer que elas te façam perguntas que doem ao serem respondidas, e quando isso finalmente acontece você têm que doer, e depois dói ainda mais quando elas dizem que já sabiam... O que? que já estava tudo acabado, oh, obrigada por lembrar, mas você não se  importa mais. E você fica ansiosa pra fazer o que quer do pouco que sobrou, talvez esse vazio seja preenchido, e ultimamente as coisas parecem não ter fim, atravessar uma rua dura uma eternidade, e aquilo causa  felicidade, já que não é necessário pensar na vidinha miserável que você têm. E você  não se importa se as pessoas acham que isso está sendo uma elevação absurda da realidade, porque elas nuncam vão conseguir te entender de verdade, vão balançar a cabeça, dizendo que ainda há uma vida e caminho todo pra frente, acho que é por isso que você vai se fechando cada vez mais, porque quando o Paul disse que estavámos fazendo nosso caminho para casa, talvez esses caminhos fossem diferentes... e você está tão próximo do seu. Você cria uma esperança, um fiozinho de luz, e vai distribuindo em pequenos potes, porque você já chegou tão perto de querer tirar de si mesma uma coisa que não pode ser tirada por você mesma, e ninguém sabe o quanto você chegou perto e qual foi a sensação que sentiu, e você se sente tão covarde porque nem se quer conseguir fazer isso, desiste e continua se fechando, não há possibilidade de gritar... você sempre quis mais do que aquilo. Paris nunca pareceu estar tão distante, e as coisas que o Paul disse nunca saem da sua mente. O vazio é tão grande que você conta sua história como você, e não eu, porque está tentando se ocupar eternamente e observando sua vida por fora.

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